Semana Santa

Chegou a Semana Santa, a semana mais importante do ano. O desejo mais forte é o de celebrar junto com os irmãos as festas e solenidades. Mas infelizmente a situação pandêmica não permite, mas permanecemos em comunhão de irmãos em Jesus, Nosso Senhor, distantes fisicamente, mas unidos espiritualmente pela oração e caridade.

Dois sentimentos nos envolvem. Primeiro o sentimento de sofrimentos e preocupação. Estamos em meio a uma pandemia que nos tirou familiares, amigos, irmãos e irmãs. O isolamento social cobra seu preço em todas as áreas e a incerteza tem gerado medo e apreensões. A esperança posta a prova e a fé exigida diariamente. Estamos sofrendo de um mal, que apesar de todo avanço científico-tecnológico, pouco conhecemos e estamos “apanhando” para dar uma resposta de imunização.

O segundo sentimento, paradoxalmente, é de gratidão a Deus por estarmos experimentando, nesta situação inusitada e quase misteriosa, o despertar da solidariedade, fraternidade, compaixão, caridade cristã, Estamos vivendo o distanciamento social e isolamento, mas não estamos, na verdade, “isolados uns dos outros”, estamos juntos e nos comunicamos por sentimentos de amizade e de fé.

Fico matutando que, em certo sentido, estamos “muito mais juntos” agora, mais preocupados uns com os outros, mais dispostos a solidariedade. Rezamos mais, a Palavra de Deus mais presente no cotidiano e “pregada sobre os telhados”… Diante desta situação tão inesperada, tenho convicção de que o Senhor está no barco conosco e que a tempestade não nos sucumbirá – Mc 4,35.

Há no ar um movimento de reavivamento e reaquecimento da fé. É preciso tomar em nossas mãos os ramos da alegria e da esperança; estender, outra vez, ao chão, os mantos da reverência, da adoração a Cristo que vem chegando montado em seu “jumentinho” de simplicidade, de humildade, de concórdia e de misericórdia para, outra vez, nos ensinar a viver.

Nesta experiência de pandemia, de incertezas do dia de amanhã, somos impelidos a abrir-nos a Ele, e deixar que Seu reino se estabeleça novamente. A capital de Seu reino não será mais Jerusalém, mas o coração de cada pessoa que O ame, de cada família que O abrace.

A entrada solene em Jerusalém precedeu um tempo de terríveis provações, mas, a seguir, veio a nova vida que brotou da morte. No correr da semana, houve o sacrifício da cruz, da lança que abriu o peito do Senhor. Mas, a dor passará. Chegará a noite da Páscoa e a manhã da ressurreição.

Vivamos intensamente, esta Semana Santa tão especial, em tempos de pandemia e de isolamento físico, mas não espiritual. É dentro deste ambiente inusitado que Deus está nos chamando a celebrar os santos mistérios da paixão, morte e ressurreição do Seu Divino Filho este ano.

Bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas!

Autor: Tácito Coutinho – Tatá – Moderador do Conselho da Comunidade Javé Nissi